Foram alguns minutos. No instante em que ele pedia a conta e nos preparávamos para sair. Seu corpo enviesado, braço em riste, acenando para o caixa. O vai e vem de pessoas, o tilintar da louça na bandeja do garçom. As vozes congestionando o caminho dos acordes do violão. Minha nuca suando, uma sensação de desmaio. Fraqueza nas pernas. A gargalhada na mesa ao lado. Ele pedindo "a conta", depois se levantando para falar com uma conhecida. Os dois rindo, trocando confidências ao pé do ouvido. A dor latejando em salvas na minha cabeça. De repente entendi o quanto aquela história não mais fazia sentido. E, sem que ele percebesse, me levantei e fui embora.
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