Sem família ou amigos, João vagava pelas ruas da cidade, olhando pelas janelas, presépios, enfeites e luzes. Num pedaço de papel, tal qual Carolina de Jesus, escrevia uns versinhos, que ia deixando nas caixas de correio, na esperança de um dia ser descoberto. Não foi. Sua poesia morreu na porta do botequim. Ia tomar umas pingas para afastar a tristeza na noite do Dingo Bell. Tomou uma bala perdida, cheia de descrença na vida e, foi parar lá no céu. E, qual não foi seu espanto, misto de dúvida e pranto, Quando no paraíso adentrou. Entre Maria e José, deitado na manjedoura,
O menino Jesus contemplou.
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Mais uma vez obrigada pela gentileza de ler meus escritos.