A gerente do banco se sentou em frente ao agente Freire, que evitava levantar a cabeça, pois o blazer dela não conseguia conter as próteses de silicone. A mão trêmula da mulher lutava para segurar a caneta Bic, que escorregava entre as unhas de fibra de vidro. Ela ensaiava um choro, mas as lágrimas se recusavam a cair. Apenas uma gota solitária ficara presa entre os cílios postiços, dando à moça ares de boneca. Dos lábios rubros, devidamente inflados, saltavam palavras órfãs: "racismo?" "Injúria?", ela questionava, enquanto apontava a raiz escura de seus cabelos loiros, como se quisesse dizer que sua origem não era nórdica.
Por fim, declarou: "Eu só achei que a identidade da cliente fosse falsa" — disse, apontando para a senhora negra no corredor. Ouvindo isso, Freire pensou "Pelo visto, aquela mulher é a única pessoa autêntica por aqui."
Adelaide Paula
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