Elvira pegou o elevador às 05h 30. Queria estar na academia às 06h e, tomar seu Petit déjeuner, sem atropelos, às 07h45, quando a cafeteria já estaria vazia, sem a presença de pais e filhos atrasados.
Ao apertar o térreo, deu de cara com o aviso da Caixinha de Natal. Para ela, uma prática desnecessária e ultrapassada. Torceu o nariz e seguiu. Só no carro percebeu que estava sem o controle. Buzinou, o porteiro abriu. Na mesma bolsa, deixada para trás, também ficou o cartão da academia. Mas, quando deu por si, o solícito recepcionista já havia liberado a cancela. Depois do café, faltaram umas moedas para completar a conta. A menina do caixa sorriu e fez um gesto de " deixa pra lá". E, antes que Elvira pudesse agradecer ou se explicar, alguém do seu lado sussurrou:
"Nada na vida precisa ser assim, tão exato. Hoje foi seu dia de receber, amanhã você dá. Põe em alguma caixinha de Natal!
Adelaide Paula
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Mais uma vez obrigada pela gentileza de me ler!