Sílvia resolvia ao telefone onde aconteceria o Natal. Do outro lado da linha, a irmã se recusava receber a família em casa. Entre outras justificativas, afirmava que, por ela, nem comemoraria tal data, apesar de gostar das histórias de Jesus. Pela sua perspectiva, toda aquela baboseira de família sem teto era coisa do Capitalismo para amolecer o coração das pessoas e fazê-las abrir as carteiras. De repente, Sílvia interrompeu a conversa, quando Jurema deu duas batidas à porta:
___Agradecida pelas roupinhas, não precisava serem novas.
___Já está indo, Jú? Imagina! Adorei preparar esse enxoval. Para quando é o seu neto?
___ Pelo jeito, vem no Natal. Vai se chamar Jesus! E, se eu não correr para pagar o aluguel, é capaz do pobrezinho nascer numa manjedoura. ___Jurema dizia entre risos.
Silvia sorria de volta enquanto cortava o nome da irmã da lista de convidados para a ceia.
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Mais uma vez obrigada pela gentileza de me ler!