O QUE ESPERAR DE UMA HUMANIDADE QUE ASSASSINA CÃES
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Quem não teve um bichinho de estimação? Antigamente, gatos e cachorros povoavam nosso imaginário e era comum ver esses petes brincando soltos pelos quintais. Enquanto os gatineos perseguiam pássaros e roedores, os catioros perambulavam pelos mercados e feiras à procura de um saboroso osso para se deliciar durante o dia. O tempo passou e a humanidade se perdeu um tanto de si mesma. O amor pelos bichos tornou-se um mercado rentável e ter um pet virou status. Hoje é mais importante o pedigree e a raça. A marca. Como uma bolsa ou um sapato. Os viralatas sumiram das ruas. Os gatos saltimbancos desapareceram dos muros e calçadas. Caminhando pelo parque vê-se outro fenômeno: os animais já não envelhecem. Não se vê um rapazinho conduzindo seu cão idoso. Não se vêem mais idosos. Nem gente, nem petes...
Quando leio uma notícia que alguém premeditou a morte de um cachorro e, com requintes de crueldade executou esse plano, sinto-me desolada. Como alguém pode olhar nos olhos de um bicho - que nos olha n' alma - e não sentir que a vida vai além de nós mesmos. Como alguém pode fazer sangrar a natureza em sua sacralidade e acreditar que tudo vai ficar bem. Não vai. Será uma vida por outra até nos reconhecermos parte irmanada dessa existência  que vai além das nossas vaidades e egoísmos.
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