Adelaide Paula
A Literatura é o traje mais sofisticado que alguém pode vestir.
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RITALINA
Poderia eu prender-te?
Não, não me responda agora.
Só eu sei das vilezas e tiranias
Que em nome do amor
Eu, sim, faria
Só para ter-te a meu lado,
Pássaro dourado,
Para sempre.
Sinto ciumes de ti
Quando vais por aí
Levando essa eterna simpatia
Ou quando pronuncias
Um outro nome de mulher
Tereza? Brigite?
Não importa
Desse seu jeito de dizer
A verdade sutilmente
Dói-me os nervos!
Tenho vontade de calar-te
Por todo o sempre
Mas, como posso viver sem o seu riso
Seu sorriso, seu jeito menino
De brincar e sonhar
Mundos fantásticos
Como posso dispensar
Seu afeto, seu jeito de dançar
Meu menino TDAH
Minha Ritalina ao contrário
Querendo abraçar o mundo
Num abraço
Então, eu te deixo livre
Te deixo ir
Para que não te tornes
Aquele marido protocolar
De oito às dezoito
Aquele de quem outro dia
Falamos...
Não. Não te transformarei
Em pão velho, pão mofado
Prefiro ver-te livre
Caminhando como criança
Novinha
Vacilando aqui e ali
Mas, seguindo adiante
Teu mundo a conquistar.

Adelaide Paula
Enviado por Adelaide Paula em 19/08/2018
Alterado em 20/08/2018
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