Para ter uma linda história para contar é necessário enredo. Para ter enredo é necessário trabalhar, ou seja, ser sujeito e protagonizar. É necessário manter-se atento às coisas realmente importantes. O protagonista mantém sua atenção naquilo que vale a pena, valoriza o tempo não o relógio. Otimiza-o, recheando-o de deliciosas ideias e ações. Pensa, pensa, pensa. Mas, age, faz e acontece. O protagonista se insere somente nos contextos produtivos, aqueles que podem realmente vir a ser algo esplendido. Cerca-se de quem possa ensiná-lo, de outros sujeitos incríveis com quem possa trocar. Por outro lado, foge dos oportunistas, aqueles que pela esperteza, só por ela, querem dar um passo mais longo que suas próprias pernas a custa das pernas de outros. O protagonista não se deixa usar. Mesmo que isso lhe custe a fama má. Não, ele não é. O que ele não aceita é se fazer de bobo, enquanto se riem de tirar-lhe um tasco de esforço e trabalho. O protagonista sabe: todo êxito cobra seu preço e a conta vem antes; lágrimas, sangue e suor. Pois então, se já somos pós-modernos, que cada um pague a sua. O protagonista prefere pagar à vista, a cada trabalho começado; enquanto isso, muitos pagam a prazo, vão procrastinando o acerto sagrado. Outros nem pagam. Subornam daqui, corrompem dali. Fogem do que lhes foi predestinado. Imitam vidas alheias, espreitam, invejam, fofocam, perseguem, se escondem atrás de um mal de saúde inventado. Mal sabem que no final, vão pagar dobrado. Ou pior, podem perder tudo num só ato.