O AMOR PLATÔNICO
O moço rondava a casa dela e sempre que ela chegava, ele saía. Ou, coincidentemente, quando ela partia, era ele quem chegava. De manhã, dava de cara com ele que dizia: "_ Bom dia!" Ela nunca percebeu, mas ele se emocionava ao ouvir sua voz. Ela andava correndo de casa para o trabalho, do trabalho para escola, da escola para ginástica. Quase sempre atrasada. E, coincidentemente, sempre quando algo caía, lá ele estava para alcançar. De pronto ela dizia:" _ Obrigada". E saindo rápida sua vida seguia. Ele estava em quase todo lugar como uma sombra ou o ar. Ela nunca o via, mesmo o encontrando várias vezes ao dia. Certa noite, ela estava a estudar quando ouviu ao longe uma voz numa canção. A voz bonita a despertou; alguém lá embaixo cantava um canto de amor. Foi à janela, lá no décimo andar, pôs-se a olhar e a cismar meditou – “ Ah, se eu fosse a razão dessa serenata...” Enquanto lá do chão, ele pensava assim – “Ah, se esse olhar fosse para mim...”
Adelaide de Paula Santos em 25/04/2017, às 22:41
Adelaide Paula
Enviado por Adelaide Paula em 25/04/2017
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