Só pense em parar de trabalhar quando tiver claro o sentido de seu ócio. Pense bem em como gasta as horas vagas, quando não há mais compromissos e obrigatoriedade. Olhe para seus sentimentos, veja como se sente. Olhe bem para você sem um compromisso agendado. Sem o horário marcado, sem o rol de amigos na fila do café. No entre e sai do expediente. Você sem as fofocas cotidianas, sem as conversas insanas. Cuidado! Talvez o melhor de você para você esteja nesse encontro marcado. Nesse espaço onde existe a sua oficina, onde exerce o seu ofício. O tempo desocupado passa devagar e, às vezes, modorrento e aborrecido. Olhe para você com os olhos bem abertos e veja o que acontece ao seu lado. Veja o seu impacto sobre a vida de quem com você caminha. Talvez você seja um chato; a quem se espera que saia pela manhã e volte bem mais tarde. Crueldade, não? Não. Realidade. Encare a realidade: tudo de melhor você investiu em trabalhar. Trabalhe bem ou mal é só isso o que move você. E parar agora será um desastre, pois o seu encontro marcado com o nada fazer será só desprazer. Para todo mundo, não só para você. Pois bem, vista a realidade. Depois de encarar os fatos, invista agora no você de amanhã. Não pense mais em parar, pense em começar. Algo tão significativo e apaixonante realmente capaz de aconchegar e trazer paz. Isso existe bem aí dentro de você. Revolva-se e procure por dentro aquele sonho guardado, o projeto abandonado, a motivação esquecida. Coloque em ação, agora, no seu tempo livre aquela antiga ocupação. Dê vida ao ser que você queria ser. Torne-se feliz agora e veja nos outros a felicidade que você emana. Então, aposentar será só um transitar da sala para o jardim onde o sol aquece mais.    

Adelaide de Paula Santos em 20/04/2017, às 00:02.