Adelaide Paula
A Literatura é o traje mais sofisticado que alguém pode vestir.
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PESSOAS TÓXICAS
A aranha é um bicho maravilhoso. Artesã de primeira mão possui a imanente habilidade de tecer e, assim, de sua tecedura ganha o pão de cada dia. Ou melhor, a mosca de cada dia. A aranha enreda com competência, invisíveis e grudentos fios numa trama tão bela quanto perigosa. A trama sobreposta à luz, seduz, atrai. A aranha é uma predadora naturalmente constituída desde o gene que a formou. Portanto, apesar de uma bela alegoria, não condiz exatamente com o que se quer representar. A aranha é predadora porque disso depende a sua sobrevivência. Mesmo que haja satisfação ao obter o resultado esperado, não existe nela um prazer deliberado em aniquilar a presa. A presa é simplesmente o prato do cardápio, seja ele o almoço ou jantar. O contrário de pessoas tóxicas que se alimentam do mal que conseguem espalhar. Elas também são predadoras. Predadoras de vidas.  A sua toxidade, como o visgo da aranha, se espalha, enreda, arrasta e mata. Às vezes, aos poucos, em doses homeopáticas. Insinuações aqui, piadinhas e críticas acolá. Comentários maldosos dispersos. Mentirinhas “inocentes”. Verdades impróprias reveladas gerando constrangimento. Venenos pequenos tão malignos quanto os pequenos venenos podem ser. Uma ação sempre arquitetada para fraudar, para magoar. Ao contrário da aranha que fere para comer, a pessoa tóxica fere para gozar. Para ela é prazeroso ver o sorriso desfeito; a dúvida no ar; o fim do estado de graça. Uma pessoa tóxica vive em e da desgraça, ou seja, nada verdadeiramente lhe apetece que não seja o aborrecer. A toxidade é uma característica presente em vários quadros patológicos, sobretudo, nas enfermidades da mente. Menos mal. Há no fim do túnel a esperança de cura. O grande problema é que uma parte dessas pessoas não acredita estar doente. Pelo contrário, reafirma a habilidade de desestabilizar as emoções alheias; entendem isso como uma espécie de jogo, de brincadeira. Nesse caso, outra patologia pode estar se estabelecendo, essa bem mais séria: a psicopatia. O psicopata não cria empatia, não sente a dor do outro, não se envolve emocionalmente com a emoção alheia, mesmo quando finge sentir. Tudo é simulação, tudo é fingimento. Nesse caso, a toxidade é fatal. E, não há o que pedir a não ser: que Deus nos livre de cair numa teia assim.

Adelaide de Paula Santos, 14/03/17, às 21:55.

P.S.: Ao primeiro sinal em você: trate-se! No outro: fuja!            
Adelaide Paula
Enviado por Adelaide Paula em 14/03/2017
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