De fio a fio - o valor de cada um.
A vida é um tecido de tramas que se fazem com fios de todos os tipos, de todas as cores e densidades. Há fios frágeis que se rompem no menor atrito. Bastam pequenos repuxos para que eles abandonem a trama. É de sua natureza, frágil, a rotina de romper. Também existem aqueles que aparentam consistência, estão sempre incorporados aos demais, mas ao contrário do que se imagina, necessitam sempre um novo reparo aqui e ali. Precisam de reforço constante e, mesmo assim, não garantem a preferência. Muitos fios aparecem mais que servem, são tão visíveis que se imaginam primordiais à trama que compõem; enganam com perfeição aos olhos desavisados. Não seguram, apenas enfeitam, agradam sobretudo aos que gostam mais da aparência que da utilidade das coisas. Muitos são moldáveis: resistem e expandem, acompanham o movimento, seguindo o ritmo e a tensão. Com o tempo, estão tão esgarçados e deformados que sequer se reconhecem. Na tentativa vã de segurar o insustentável, perdem a identidade de fio. Tornam - se risíveis.
Existem fios que valem mais que a trama que compõem. Íntegros, sustentam sem deformar, embelezam na medida em que realçam o que envolvem. São clássicos e atemporais. E o que os singulariza é a essência que carregam. Nem sempre são vistos, nem sempre lembrados, mas tornam-se imprescindíveis.
Quem são os melhores ou piores? Por incrível que pareça, para a trama são iguais, cada qual na sua função, seu lugar . É a diversidade de singularidades que tornará única a trama que se compõe.
11h 18 - 3a feira - tempo nublado...
Ouvindo Don Williams.
Adelaide Paula
Enviado por Adelaide Paula em 24/01/2017
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