Adelaide Paula
A Literatura é o traje mais sofisticado que alguém pode vestir.
Capa Meu Diário Textos Áudios E-books Fotos Perfil Livros à Venda Prêmios Livro de Visitas Contato Links
Minha Oração de Santa Bárbara

Foi depois de muito peregrinar que cheguei à cachoeira Santa Bárbara. Não sei se pelo cansaço ou pelo esplendor da paisagem que se seguia bem diante dos meus olhos, me vi cega, em êxtase, diante da queda d’água azul turmalina que despencava num poço de igual azul e areia fina branca ao fundo.
Mergulhei em tuas águas, Oh! Santa Bárbara.
Mas, o salto não foi assim como conto, não. Não houve beleza nele. Sequer foi um salto; foi um pulo mesmo. Não. Minto. Foi um arremedo de pulo. De certo, eu ia morrer e de morte bem feia porque o poço era fundo. E só, em pleno voo, pude ouvir alguém gritando: _ Cuidado é fundo! E era.
E eu, já sem fôlego, já sem forças, engasgada, esfolada, machucada e toda ardida, me agarrei ao que vi.
E o que vi era o Alan.
Oh! Santa Bárbara! Ai, Santa Bárbara! Ui, Santa Bárbara!  Valei-me, Santa Bárbara!
A visão dele merecia uma morte. Mas, não dava para morrer naquela hora, não. Não dava porque eu estava agora nos braços do Alan. E, ele tão bonzinho, nem percebeu que eu já estava desperta e recuperada. Mas, eu não queria sair dali porque aqueles braços, aquele olhar, aquele sorriso era tudo o que eu sempre quis.
Ah, Santa Bárbara!
Tudo em mim renasceu e eu senti a felicidade pousar no meu ombro e beijar meu rosto. A alegria foi tanta, quase igual àquela que senti deitada no chão, com a Clarice, rindo para o céu, pedindo pra ela cuidar de mim. Só faltaram as gargalhadas soltas... Mas, meu riso estava lá no fundo da minha’lma. Naqueles instantes que ele me segurava e mesmo sem querer, cuidava de mim. Logo eu que nunca me deixo cuidar. Naquele instante, eu era uma mulherzinha frágil e indefesa, igual a tantas outras, como Luísa de Basílio, tola e ingênua. E, meu mundo era o olhar do Alan.
Deixei-me estar, assim, perdida naqueles braços que pra mim eram o meu ninho. De olhos bem abertos, sonhei que ele era meu. Só meu. Assim, sem nenhum esforço, eu o teria para todo sempre.
Amém!
Adelaide Paula    
24/07/2015 23:33
Adelaide Paula
Enviado por Adelaide Paula em 24/07/2015
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Comentários