Adelaide Paula
A Literatura é o traje mais sofisticado que alguém pode vestir.
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Um dia de cada vez ou fazer nada também é fazer alguma coisa.
Tudo era tão mais simples quando éramos pequenos e o rumo de nossa vida se confundia com o caminho da escola.
Os adultos organizavam nossa rotina e decidiam os objetivos a serem perseguidos e, bastava olhar para o lado, para nos certificar que caminhávamos bem. Se estivéssemos na série adequada à nossa idade, igualzinho a todo mundo, era sinal de que tudo estava certo.
Mas, um dia a gente cresce e o controle passa para as nossas mãos. A princípio, ainda guiados pelas circunstâncias, escolhemos ou “somos escolhidos” por papéis sociais que nos transformam em maridos, esposas, pais, mães, profissionais, acadêmicos. E vamos seguindo assim o scripit que a vida escreve.
Acontece que, às vezes, surge um imprevisto e somos lançados para fora de nosso mundinho ideal. A viuvez precoce, o divórcio não desejado, a morte de um ente querido, a mudança de cidade, de emprego. Não importa o que seja, importa que os imprevistos, quase sempre, mudam o rumo de nossas vidas.
E, nesse contexto, é comum certa paralisia. Muitos decidem parar tudo, como se os objetivos não fizessem mais sentido. É até compreensível “dar um tempo” para poder compreender melhor a situação ou viver o luto da perda. Porém, o que pode nos prejudicar é permitir que esse tempo dure além do necessário.
Muitas pessoas insistem em afirmar que definitivamente não sabem o que fazer. Sair em busca de romance? Retomar os estudos? Ou deixar tudo como está? Existem pessoas que acreditam que se não fizerem nada, nada será feito. Ledo engano.
Não fazer nada, caro amigo, também é fazer alguma coisa.
O mundo não espera enquanto decidimos, e nesse caso, nossa omissão, justificável ou não, pode nos levar a uma situação pior que aquela em que nos encontramos. É como diz aquele provérbio: “depois da queda o coice” Ou seja, quanto mais tempo durar a nossa letargia, piores serão as possibilidades de retomada.
Por isso, é preferível recomeçar aos poucos, um dia de cada vez que ficar à espera do destino. E o destino, certamente, nos levará como naquela canção do Zeca Pagodinho. A grande questão é: “para onde?”
Pelo menos, quando você escolhe, de certa forma, você assume aos poucos as rédeas de sua vida. E, assumir as rédeas significa criar uma sensação de segurança, o que nos permite restabelecer a autonomia, o equilíbrio necessário para seguir adiante.
E assim, vamos caminhando todos os dias um trecho do caminho que se vai desenhando durante o caminhar. Pedindo a Deus que nos dê serenidade para aceitar o que não podemos mudar, coragem para mudar o que podemos, e sabedoria para distinguir uma coisa da outra.
Adelaide Paula
04/01/2012
    
Adelaide Paula
Enviado por Adelaide Paula em 04/01/2012
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